sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Exclusão e preconceito na prova do ENEM


A tese em defesa do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) era de que, por ser em todo o território nacional, permitiria a inclusão do maior número possível de estudantes nas universidades brasileiras. Em uma País com as dimensões territoriais brasileiras, é pouco crível que isso aconteça, pois as realidades, em cada Estado são díspares. A pretensa inclusão, na prática, pode se transformar em exclusão exatamente em função dessas disparidades. São inúmeros os exemplos de como isso ocorre, a cada dia, nas universidades, principalmente de estados, menos desenvolvidos: extremas dificuldades em preencher as vagas oferecidas em determinados cursos, como no Acre e no Amapá, por exemplo. A exclusão, e, mais que tudo, o preconceito, porém foram manifestos, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, na própria realizada do exame. A indígena Lúcia Duarte, de 40 anos, foi proibida de ter acesso à sala na qual realizaria o exame com a desculpa de que a “certidão indígena” dela não era um documento oficial. De acordo com o site Midiamax, daquela cidade, além de ser impedida de entrar na sala de aula, a indígena foi vítima de preconceito racial por meio de comentários jocosos das pessoas que trabalhavam na aplicação das provas. Até quando aceitaremos que fatos como esse ocorram e se transformem em meras denúncias localizadas? Não se pode admitir que pessoas sejam discriminadas e excluídas, inclusive do processo de seleção, como o foi a indígena Lúcia Duarte. Tirar a chance de alguém ingressar na universidade já é criminoso. Fazê-lo com violência moral e preconceito com nesse caso, pior ainda. Mesmo que não tenha sido anulado, mais uma vez, o ENEM termina com uma mácula. Dessa vez, a do preconceito contra os povos indígenas. Lastimável!

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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