sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A avaliação pelos ímpares

Cansei dessa história de ser avaliado “pelos pares”. E mais cansado estou da visão de que a avaliação pelos pares é, digamos, a melhor, a mais justa, a mais correta, a que reconhece o mérito e blá, blá, blá... Quero ser avaliado, também, pelos ímpares, pelas pessoas beneficiadas (ou não) pelos frutos da minha pesquisa, do meu trabalho acadêmico. Cansei dos pacotes de verdade, dos formulários fechados, dos cadeados e sarrafos impostos. Saturadamente frios. Às vezes, vazios. Quero arte. Quero fazer parte. Ouvir e ser ouvido. Não apenas reprimido. Diminuído. Raramente reconhecido na minha condição de amazônida. Ser gente. Indolente. Influir e ser influído. Sem ser proibido. De pensar. Contestar. Ter espaço para manifestar a minha indignação. Contra a padronização e a canonização. Não quero me tornar um cão-de-guarda. Quero o ímpar, quero o par. Até não ter nada para avaliar. Antes de ser pesquisador, sou e quero ser o meu senhor.


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