A ânsia de aderir à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
(EBSERH) como a “salvação da lavoura” para os hospitais das universidades
brasileiras parece ter encoberto algo que favoreceu muitos candidatos da situação
nas consultas para a reitoria: em grande
parte das universidades brasileiras os Hospitais Universitários funcionavam
como verdadeiros currais eleitorais. Com a adesão à EBSERH, servidores
(técnicos e professores) ligados à empresa ficam impedidos de votar no processo
de escolha dos reitores e reitoras. Por linhas tortas, o Ministério da Educação
(MEC) termina por desarmar uma das mais auspiciosas fontes de votos dos
candidatos que estão no poder das universidades brasileiras. As discussões em
torno da empresa não levaram em conta a política de terceirização (e não de
privatização como muitos tentam argumentar), marca do Governo Fernando Henrique
Cardoso, cristalizada no Governo Luiz Inácio Lula da Silva e aperfeiçoada ainda
mais no Governo Dilma Rousseff. O que existe hoje, no Brasil, é um Estado cuja
lógica é meramente econômica. Não leva em conta que, em se tratando de Educação
e Saúde, a relação entre despesas e receitas jamais fechará. Esse é o grande
problema da EBSERH: tratará os hospitais universitários como se fossem unidades
cujo objetivo é gerar lucros. Como se trata de uma empresa, ainda que estatal,
completamente à parte da universidade, como as fundações de apoio e as empresas
terceirizadas de limpeza, por exemplo, seus funcionários estarão impedidos de
votar na escolha dos dirigentes, principalmente dos reitores e reitoras. Quem
defendeu ardorosamente adesão à EBSERH nem se deu conta disso. Será um ônus que
pesará nas novas consultas públicas. Dessa vez, certamente, com pontos
favoráveis às candidaturas de oposição. No frigir dos ovos, o jogo ficará mais
equilibrado.
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