Uma escola pública de Samambaia, cidade
do Distrito Federal localizada a 40km de Brasília, aderiu a uma novidade que,
em breve, certamente, fará parte do dia a dia dos estudantes das escolas
brasileiras: implantou um chip
no uniforme escolar que elimina o uso das “pagelas” para se fazer a chamada
e ainda manda uma mensagem aos pais, por meio do celular, para avisar se o
filho entrou ou não na escola. Sem dúvidas, trata-se de uma novidade importante
no campo do uso das Mídias Digitais em prol do controle, tanto da frequência quanto
dos estudantes, por intermédio dos pais e das escolas. Por ser implantado em
uma escola pública, também merece elogios. No entanto, não se pode tomar uma
medida dessas arbitrariamente, sem levar em conta o direito individual do
próprio estudante de ir e vir. Não sou contra o uso das tecnologias novíssimas
na Educação. Ao contrário, com o Programa de Mídias Digitais (Ecoem) da
Universidade Federal do Amazonas (Ufam) pretendemos que todos os processos
possíveis sejam digitalizados. Quando se tratar, porém, das questões que
envolvam direitos individuais, como o da privacidade, por exemplo, nada pode
ser feito sem que haja uma discussão profunda com a comunidade. Uma coisa é
fazer o controle da entrada e da saída das pessoas em um ambiente por meio do
uso das digitais, por exemplo. Outra é implantar um chip, ainda que no
uniforme, para controlar todos os movimentos dos estudantes. A tecnologia, em
si, já é usada constantemente pelos promotores de corridas, para controlar o
tempo dos corredores. Os chips são amarrados nos tênis e devolvidos ao final da
corrida. Usar a mesma tecnologia para controlar a entrada e a saída das pessoas
em determinados ambientes, certamente, vai virar “moda”. No entanto, não se
pode esquecer que há uma questão ética muito profunda que deve ser bastante
pesada antes de medidas como essas serem tomadas: o direito individual não pode
ser ferido. O bedel eletrônico, da forma como foi implantado em Brasília,
parece ferir o direito individual do estudante. É bem verdade que, como o
aumento da violência urbana, o indivíduo, em algum momento, terá de optar entre
ser controlado constantemente ou se abre mão do direito de circular livremente.
Enquanto isso não ocorrer, medidas de controle como essas são arbitrárias se
forem implantadas sem que haja discussão profunda sobre o tema.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
Visite
também o Blog Gilson Monteiro Em Toques
e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou
encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.