domingo, 18 de novembro de 2012

Universidade: entram os melhores, saem os piores


As universidades públicas brasileiras, muito mais que as particulares, comentem um equívoco dos mais graves: fingem selecionar os melhores para nelas ingressarem mas não cuidam de monitorar as saídas, essas sim, fundamentais para se ter parâmetros de avaliação da “qualidade do ensino”. Isso a se manter o olhar tradicional sobre o processo de ensino-aprendizagem, modernamente visto como processo de troca de saberes. O problema é que uma universidade não pode tomar como parâmetro meramente o que se convencionou chamar de “qualidade do ensino”. E a pesquisa? E a extensão? É preciso avaliar, portanto, rigorosamente, as saídas e não as entradas. Teoricamente, nem seria necessário realizar vestibulares ou exames similares. O que se teria de ter era um processo profundo e rigoroso de avaliar quem sai. O que se tem hoje é um “afrouxamento” ao final de cada uma das disciplinas que compõem a estrutura curricular de cada curso. Com isso, estudantes passam pelos cursos e não adquirem habilidades mínimas para galgar posições nas carreiras que escolheram e, muito menos, na vida. É preciso discutir e se chegar a alguns parâmetros mínimos de habilidades, gerais e profissionais, para que um estudante saia de um curso. Domínio da língua vernácula e do raciocínio lógico e quantitativo, por exemplo, a mim me parecem ser essenciais em quaisquer das profissões. Sem entrar no mérito da questão do preconceito linguístico, é inadmissível que um estudante passe por uma universidade e saia dela quase um analfabeto funcional. Assim sendo, portanto, é fundamental que se tenha mais cuidado com que sai. Para que não entrem os melhores e saiam os piores, ou todos sejam piorados dentro das instituições. Esse é mais um dos desafios da Educação Superior no País. Estamos dispostos a vencê-lo?

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.