As universidades públicas brasileiras,
muito mais que as particulares, comentem um equívoco dos mais graves: fingem
selecionar os melhores para nelas ingressarem mas não cuidam de monitorar as
saídas, essas sim, fundamentais para se ter parâmetros de avaliação da “qualidade
do ensino”. Isso a se manter o olhar tradicional sobre o processo de
ensino-aprendizagem, modernamente visto como processo de troca de saberes. O
problema é que uma universidade não pode tomar como parâmetro meramente o que
se convencionou chamar de “qualidade do ensino”. E a pesquisa? E a extensão? É
preciso avaliar, portanto, rigorosamente, as saídas e não as entradas. Teoricamente,
nem seria necessário realizar vestibulares ou exames similares. O que se teria
de ter era um processo profundo e rigoroso de avaliar quem sai. O que se tem
hoje é um “afrouxamento” ao final de cada uma das disciplinas que compõem a estrutura
curricular de cada curso. Com isso, estudantes passam pelos cursos e não
adquirem habilidades mínimas para galgar posições nas carreiras que escolheram
e, muito menos, na vida. É preciso discutir e se chegar a alguns parâmetros
mínimos de habilidades, gerais e profissionais, para que um estudante saia de
um curso. Domínio da língua vernácula e do raciocínio lógico e quantitativo,
por exemplo, a mim me parecem ser essenciais em quaisquer das profissões. Sem
entrar no mérito da questão do preconceito linguístico, é inadmissível que um
estudante passe por uma universidade e saia dela quase um analfabeto funcional.
Assim sendo, portanto, é fundamental que se tenha mais cuidado com que sai.
Para que não entrem os melhores e saiam os piores, ou todos sejam piorados
dentro das instituições. Esse é mais um dos desafios da Educação Superior no
País. Estamos dispostos a vencê-lo?
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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