De quando em vez aparece alguém
com uma ideia “luminosa” (que, certamente, se considera um iluminado) a
contestar a “Prova de Redação” em vestibulares e afins. Os argumentos são os
mais estapafúrdios e variam desde a questão financeira, pois o pagamento dos corretores
eleva o custo, à questão da “manifestação do livre pensar”. Não se pode, porém,
esquecer que as universidades são instituições formais. Logo, precisam,
minimamente, cobrar a forma de expressão do pensamento mais formal que existe:
a redação. Exceções criativas existem e devem ser analisadas como tal. No
geral, porém, as universidades devem cobrar a manifestação do pensamento de
forma escrita, de acordo com a Norma Gramatical Brasileira. Ao longo dos anos,
quem retirou a redação dos exames de ingresso foi obrigado a rever a decisão em
função da péssima qualidade dos estudantes que logravam êxito nos vestibulares.
Atualmente, há quem indique ao Ministério da Educação (MEC) a retirada da
Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ao invés da prova de Redação,
o estudante teria a média das notas de redação obtidas ao longo do Ensino
Médio. Se retirar a provar de Redação é catastrófico, substituí-la pela média
das notas de Redação ao longo do Ensino Médio seria um convite à corrupção deslavada.
Não duvido que, a partir do momento que a média das notas em Redação fosse
indicador usado no Enem para o ingresso nas universidades públicas que as notas
dos estudantes, principalmente oriundos das escolas particulares, passassem a
apresentar desempenho Nota 10 (ou muito próximo desta nota). Aposto que, como
em um passe de mágica, “gênios da Redação” começassem a surgir. Não porque
tenham desenvolvido habilidades “geniais” para a elaboração de textos, mas,
porque os professores dessas escolas receberiam “incentivos” para “engordar” as
notas dos estudantes. Não confio em nenhum sistema que atrele a notas ao
desempenho ao longo dos anos. Termina por se transformar em um incentivo à
fraude generalizada, uma vez que as escolas, principalmente as particulares,
tentam demonstrar que são melhores em função do número de ingressantes nas
universidades. Retirar a Prova de Redação do Enem é um despropósito que o MEC
não deveria nem cogitar fazê-lo.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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