quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Dados de faculdade adulterados por quadrilha


Um dos envolvidos nas investigações da Polícia Federal sobre o tráfico de influências em agências de órgão do Governo, o diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira, obteve a senha de um funcionário do Ministério da Educação (MEC) que permitia mudanças nos parâmetros financeiros das faculdades. Com isso, Vieira adulterou dados relativos a uma Faculdade da família dele a fim de obter mais recursos financeiros do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Programa de Financiamento Estudantil (Fies). De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a Polícia Federal gravou as conversas de Vieira com seu interlocutor no MEC no dia 24 de março deste ano. O fato é que esse tipo de ação deixa dúvidas sobre o sistema eletrônico montado pelo MEC. Hoje em dia, até as avaliações feitas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anysio Teixeira (Inep) são feitas totalmente online. Quando um dono de Faculdade se infiltra dentro do MEC por meio das relações que mantém dentro do próprio Governo isso espalha desconfiança em todo o sistema. Será que foi o único caso de adulteração em dados de uma Faculdade? Efetivamente o MEC tem controle sobre as verbas distribuídas em programas como o Prouni e o Fies? É fundamental que essas dúvidas sejam desfeitas imediatamente para que não fique a impressão de que não se trata de um caso isolado. Quando os dados institucionais são passíveis de adulteração, todo o sistema fica comprometido. O MEC tem o dever de fazer uma auditoria em todos os dados das demais IES do País para verificar se não há indícios de novas fraudes. Trata-se de uso indevido do dinheiro público que precisa ser severamente investigado a fim de que a prática seja coibida.

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