terça-feira, 13 de novembro de 2012

Norma Técnica não é camisa-de-força


Por definição, não sou contra a Associação Brasileira de Nomas Técnicas (ABNT). Durante um ano, aliás, quando morei em São Paulo e cursava Mestrado na Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), trabalhei voluntariamente para a ABNT na reforma da NBR 6023. Inclusive, fui um dos mentores da NBR 14724, especificamente para Trabalhos Acadêmicos, uma vez que não havia norma específica para tal. Por sinal, há autores que até hoje iludem incautos leitores acadêmicos com a “lenda” de que as normas técnicas mudam todo ano. Grande balela de quem não conhece, não estuda e nem saber interpretar as NBRs. A título de reestabelecer a verdade, deve ficar claro que até 2002 nem havia NBR para Trabalhos Acadêmicos. O que os autores de “autoajuda” em Metodologia da Pesquisa faziam era adaptar as normas para livros e relatórios técnico-científicos como se fossem trabalhos acadêmicos. Dessa forma, não se pode (nem se deve) deixar que os livros de Metodologia da Pesquisa sejam postos em um altar e sirvam como único parâmetro para avaliar um Projeto de Pesquisa ou uma Pesquisa. As universidades tem autonomia para usar inteiramente ou parte das NBRs. No entanto, elas existem apenas para se dar à pesquisa um formato “mais aceito” pelo pares. Mais que isso, é apenas uma forma de padronizar o texto científico com fins comerciais, de circulação da informação. Essa é função da Norma Técnica. Qualquer outro status que se dê a ela é puro proselitismo. Não passa de uma postura pedante de quem pouco estuda e se ancora na Norma para desqualificar certas pesquisas. A essência da pesquisa científica não é seguir rigorosamente normas técnicas, mas sim ter rigor e vigor. A Norma Técnica é um mero acessório. Nada mais!

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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