Por definição, não sou contra a
Associação Brasileira de Nomas Técnicas (ABNT). Durante um ano, aliás, quando
morei em São Paulo e cursava Mestrado na Faculdade de Administração, Economia e
Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), trabalhei
voluntariamente para a ABNT na reforma da NBR 6023. Inclusive, fui um dos mentores
da NBR 14724, especificamente para Trabalhos Acadêmicos, uma vez que não havia
norma específica para tal. Por sinal, há autores que até hoje iludem incautos
leitores acadêmicos com a “lenda” de que as normas técnicas mudam todo ano.
Grande balela de quem não conhece, não estuda e nem saber interpretar as NBRs.
A título de reestabelecer a verdade, deve ficar claro que até 2002 nem havia
NBR para Trabalhos Acadêmicos. O que os autores de “autoajuda” em Metodologia
da Pesquisa faziam era adaptar as normas para livros e relatórios
técnico-científicos como se fossem trabalhos acadêmicos. Dessa forma, não se
pode (nem se deve) deixar que os livros de Metodologia da Pesquisa sejam postos
em um altar e sirvam como único parâmetro para avaliar um Projeto de Pesquisa
ou uma Pesquisa. As universidades tem autonomia para usar inteiramente ou parte
das NBRs. No entanto, elas existem apenas para se dar à pesquisa um formato “mais
aceito” pelo pares. Mais que isso, é apenas uma forma de padronizar o texto
científico com fins comerciais, de circulação da informação. Essa é função da
Norma Técnica. Qualquer outro status que se dê a ela é puro proselitismo. Não
passa de uma postura pedante de quem pouco estuda e se ancora na Norma para
desqualificar certas pesquisas. A essência da pesquisa científica não é seguir
rigorosamente normas técnicas, mas sim ter rigor e vigor. A Norma Técnica é um
mero acessório. Nada mais!
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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