Quer queiramos, quer não, a
transformação da Educação em negócio é uma realidade no Brasil. Portanto, não é
mais nenhum pecado ser falar em “mercado da educação”. E nesse mercado, as
universidades, centros universitários e faculdades cumprem papel social dos
mais relevantes: são essas IES que prestam os “serviços educacionais” às
classes C, D e E, público que, necessariamente, deveria ser o das universidades
públicas. Só assim cumpriram o papel de ser “socialmente referenciadas”. Por
terem como público-alvo as classes C, D e E é que as IES particulares chiaram
aos montes com a sanção, pela presidente Dilma Roussef (PT) do projeto que
regulamenta a política de cotas nas universidades públicas brasileiras. Das atabalhoadas
medidas tomadas no âmbito da Educação pelo Governo Dilma (antes os dois
governos de Lula) essa é a que tem mais potencial para promover, efetivamente,
a inclusão de pessoas. A medida, pode-se assim dizer, irá “deselitizar”, pelo
menos em 50%, as universidades públicas. Ao obrigar as universidades a
receberem 50% dos seus estudantes vindos da escola pública, a lei, certamente,
tirará do mercado das particulares, 50% dos clientes. Com isso, a concorrência
será ainda mais acirrada e, por linhas tortas, o Governo obrigará todas elas a
começarem a se preocupar com algo que, em tempos idos, era um luxo: a qualidade
do ensino, da pesquisa e da extensão. Chegará o momento em que só as que
oferecerem qualidade no processo educacional permanecerão no mercado. Com a Lei
de Cotas, inicialmente prevista para 10 anos, as universidades públicas
terminarão por concorrer com as particulares numa faixa de público, as classes
C, D e E na qual elas (as particulares) eram soberanas. Isso as obrigará,
enfim, a pensar na concorrência. Uma consequência disso é que o mercado começa
a ser oligopolizados: só os grandes grupos, nacionais ou não, sobreviverão. E
isso não significará aumento de preço nas mensalidades. Como a Lei de Cotas
surgiu no momento em que há uma forte concentração no mercado, ao invés de os
grandes grupos se sentirem livres para subir o preço das mensalidades, serão
obrigados a investir em qualidade e, pelo menos, a manter os preços. No mundo
dos negócios, quando o estudante se transforma em cliente, termina por
conseguir certos privilégios: a depender das condições do mercado. Atualmente,
está favorável aos estudantes (cliente).
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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