Hoje deparei com dois fatos que
chamaram a atenção e me fizeram refletir sobre a formação profissional no
Brasil. O primeiro deles foi o um falso médico, no interior de Minas Gerais, ter
feito parte do quadro de médicos da prefeitura da cidade sem nunca ser
incomodado. Sem entrar em detalhes quando ao nome da cidade, o que impressiona,
do pronto de vista da “formação” é o fato de um “falso médico” se misturar aos
profissionais “formados” durante anos nas universidades e o “cliente” (o povo)
não “notar” nenhuma diferença nos procedimentos. É de se perguntar: o que há de
errado nesse processo se, no atendimento, um médico tradicional não consegue se diferençar de um falso
médico? Matutava sobre o assunto, a dirigir meu carro, enquanto ouvia o
noticiário de uma rádio cuja programação é dominada preponderantemente por
notícias. O locutor noticiava o incêndio na Sede Náutica do Clube de Regatas do
Flamengo quando, de repente, anunciou que sócios do clube adversários da atual
presidente, Patrícia Amorim, denunciaram que não há nenhuma preocupação com a
segurança pois, os “hidratantes” daquela área afetada pelo incêndio não
funcionam. Tomei um susto mas fiquei a imaginar, cá com meus botões: se um
médico comete o mesmo tipo de erro daquele radialista, ao trocar hidrante por
hidratante, qual tipo de estrago faria na vida de alguém? Há que se rediscutir,
com profundidade, o processo de formação nas universidades brasileiras.
Qualquer que seja a profissão, não se pode admitir que um profissional confundisse
“hidratante” com hidrante. Talvez equivalesse a imaginar que um pediatra é o
médico especialista no tratamento dos pés. De início, parece cômico, mas, é
trágico quando esse tipo de erro indica falhas gravíssimas no processo de formação.
Mais ainda, quando essa formação profissional destina-se ao trato com a vida humana.
Nossa responsabilidade como educadores tem de ser repensada quando deixamos que
profissionais saiam das universidades sem adquirir habilidades básicas para o
exercício profissional. E, no caso dos jornalistas e radialistas, e dos
profissionais de comunicação em geral, o domínio básico da Língua Portuguesa é
essencial.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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