Vez por outra acompanho discussões
acaloradas sobre a questão da “regulamentação”. Quer profissional, quer da
mídia ou da internet. A mais recente foi sobre a regulamentação da profissão de
historiador. Tramita, também, no Congresso, o retorno da exigência do diploma
para o exercício da profissão de jornalista. Discute-se, ainda, a regulação da
mídia e o marco legal da Internet no Brasil. Quando ainda estudante de
jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), defendi vorazmente o
diploma para o exercício da profissão. Antes de me “formar”, descobri que meu
texto (embora elogiado por alguns professores) ainda era sofrível. Resolvi
cursar Licenciatura Plena em Letras, também na Ufam, como forma de complementar
minha formação em Jornalismo. Virei “repórter especial” do jornal de maior circulação
de Manaus e do Amazonas. Em pouco tempo passei a funcionar como uma espécie de “Diretor
auxiliar de Redação”, que hoje recebe o pomposo nome de Diretor Executivo de
Redação. Logo em seguida, ingressei na Ufam como professor. Ficou a certeza de
que, para entender o processo de “Administração de uma Redação”, deveria
estudar Administração de empresas e tentar aplicar o aprendizado ao Jornalismo.
Cursei Especialização na FGV-ISAE-AM e Mestrado em Administração (Marketing e
Finanças) na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da
Universidade de São Paulo (Usp). Pesquisei “o diferencial do jornal de domingo
no mercado brasileiro”. No Doutorado, voltei para a área de Comunicação e,
agora, na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Usp, estudei “o posicionamento
das empresas de Comunicação no Mercado da Informação”, talvez o primeiro
trabalho da Região Norte sobre a Rede Mundial de Computadores e a relação com
as organizações de Comunicação. Na vida, como na pesquisa, descobri, por
experimentar, que “o método é o percurso”, como defende Edgar Morin. A
hipótese, provavelmente, também serve para se avaliar o processo de “formação”
para o exercício de uma atividade profissional e o efetivo exercício dela. Delimitar
campos do saber ou “territórios” para o exercício profissional é muito mais
complexo do que aparenta. É necessário mudar completamente a perspectiva do
olhar para entendermos que nem a mais bem aparelhada e melhor escola do mundo,
em quaisquer dos níveis, é capaz de “espelhar” a vida. Os saberes não cabem
mais nos "gavetões" das profissões. Pena que, a universidade, na
teoria, é a mais liberal instituição do mundo, na prática, no dia-a-dia, é um
amálgama do exército e da igreja. Qualquer profissão que se fechar em seu
terreninho protegido por cercas, ainda que de arame farpado, será invadida.
Pelos saberes oriundos da própria vida. Meu percurso me ensinou isso: é preciso
repensar urgentemente a formação e a regulamentação profissional no País. Fórmulas
não as tenho! Talvez o próprio percurso apresente novos caminhos.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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