Não entrarei nem na discussão se
Administração é Ciência ou apenas um conjunto de técnicas aplicadas ao processo
de gerenciamento das organizações. Tomarei como base apenas os pressupostos que
aparecem nos clássicos livros da área que dizem tratar a Administração do planejamento,
da organização (ou seja, da estrutura), da direção e do controle “das
atividades diferençadas pela divisão do trabalho”. De forma geral, o que
acontece hoje em todos os níveis da Educação é uma tentativa de se aplicar esses
pressupostos. Principalmente em sala de aula. Acontece, porém, que o processo
educacional é muito mais complexo do que os manuais conseguem registrar. Aplicar
em sala de aula os princípios do planejamento, organização, direção e controle
têm poucas chances de sucesso. Talvez o fossem em tempos idos, hoje não mais.
Esses quatro princípios parecem tender para um só, quando aplicados em sala de
aula: o do controle. Quando se fala em testar novas metodologias em sala de
aula, a pergunta, quase em uníssono que sempre surge é: “mas, como vamos
controlar os alunos?” Essa é a visão daqueles que ainda acreditam piamente na
Educação como mecanismo do Estado para “formatar” as pessoas. Uma educação
libertadora, voltada para o exercício da cidadania não trabalha apenas com a
perspectiva do controle. A escola, em quaisquer dos níveis, talvez fosse um
ambiente muito mais libertador se tomasse por base os princípios da liberdade,
responsabilidade e cidadania preconizados por Maria Montessori. Chegar-se-ia,
certamente, na “educação libertadora” que tanto Paulo Freire defendia. Enquanto
a Educação for guiada e tiver como horizonte apenas os princípios da
Administração as dificuldades de “formar para a vida” serão incomensuráveis.
Admitir a necessidade de mudança, nesse caso, é o primeiro passo para se
corrigir rotas. Resta saber se há mesmo quem queira a Educação como prática
libertadora.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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