A tese em defesa do Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM) era de que, por ser em todo o território nacional,
permitiria a inclusão do maior número possível de estudantes nas universidades
brasileiras. Em uma País com as dimensões territoriais brasileiras, é pouco
crível que isso aconteça, pois as realidades, em cada Estado são díspares. A
pretensa inclusão, na prática, pode se transformar em exclusão exatamente em
função dessas disparidades. São inúmeros os exemplos de como isso ocorre, a
cada dia, nas universidades, principalmente de estados, menos desenvolvidos:
extremas dificuldades em preencher as vagas oferecidas em determinados cursos,
como no Acre e no Amapá, por exemplo. A exclusão, e, mais que tudo, o
preconceito, porém foram manifestos, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, na própria
realizada do exame. A indígena Lúcia Duarte, de 40 anos, foi proibida de ter acesso
à sala na qual realizaria o exame com a desculpa de que a “certidão indígena”
dela não era um documento oficial. De acordo com o site Midiamax,
daquela cidade, além de ser impedida de entrar na sala de aula, a indígena foi
vítima de preconceito racial por meio de comentários jocosos das pessoas que
trabalhavam na aplicação das provas. Até quando aceitaremos que fatos como esse
ocorram e se transformem em meras denúncias localizadas? Não se pode admitir
que pessoas sejam discriminadas e excluídas, inclusive do processo de seleção,
como o foi a indígena Lúcia Duarte. Tirar a chance de alguém ingressar na
universidade já é criminoso. Fazê-lo com violência moral e preconceito com
nesse caso, pior ainda. Mesmo que não tenha sido anulado, mais uma vez, o ENEM
termina com uma mácula. Dessa vez, a do preconceito contra os povos indígenas.
Lastimável!
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