quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Greve não é cheque pré-datado


É preciso deixar claro, inclusive para grande parte dos professores e professoras do movimento paredista, que a greve não é um cheque pré-datado. Portanto, não pode ter data-limite para ser encerrada. Ao forjar um acordo com a Federação Fantasma, o Governo Federal nos deixou em uma sinuca-de-bico: ou seguramos a mobilização e o movimento até que essa situação estapafúrdia seja resolvida ou sairemos dela totalmente desmoralizados perante a sociedade inteira, principalmente os estudantes. Engolir a proposta de carreira do Governo e da Federação-Fantasma agora, após mais de três meses parados, é um recuo que nem o mais reacionário dos estudantes aceitará. Nossa greve não se vincula ao “tempo” do Governo Federal. Não há nada que nos obrigue a sair da greve porque a data-limite para mudanças na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é o dia 31 de agosto de 2012. Entramos em greve, dia 17 de maio, por uma carreira digna e melhores condições de trabalho. Essa é a nossa luta! Portanto, não podemos arredar o pé um milímetro dela. Aceitar o “acordo fantasma” do Governo é a sentença de morte para a universidade pública, de qualidade e socialmente referenciada que defendemos. É efetivação de um modelo produtivista, baseado apenas na publicação de artigos e capítulos de livros, como se a universidade se resumisse ao nível da Pós-graduação. Para piorar, a nova carreira proposta pelo Governo tem a capacidade de, em curto e médio prazo, destruir a própria Pós-graduação brasileira, principalmente nos Estados do Norte e do Nordeste uma vez que será quase impossível atrair novos doutores com as condições postas. O movimento dos quatro professores do programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande Norte que pediram descrendenciamento por discordar da política produtivista vigente, com a nova carreira, será seguido por outros professores. Não duvidem! Além da carreira e das condições de trabalho, temos uma pauta fundamental: não deixar que essa carreira proposta pelo Governo seja aprovada pois é infinitamente pior que a carreira atual. E é por isso que a nossa greve não pode ser vista como um cheque pré-datado, com data definida para o resgate. Ou o Governo Dilma recua e retira de pauta essa excrescência que é o “acordo fantasma” ou não devemos retomar ao trabalho. Esse é o nosso maior desafio!

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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