terça-feira, 28 de agosto de 2012

Proposta do Governo cria empreendedores da Educação


Dados da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Secti) do estado do Amazonas divulgados pelo Twitter, hoje, dão uma ideia de como a política de Pós-graduação brasileira, volto a dizer, implantada no Governo de Fernando Henrique Cardoso e refinada no Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, é baseada em uma espécie de marketing positivo, porém, em verdade, tende à desvalorização. A secretaria divulgou que o valor das bolsas, tanto de mestrado quando de doutorado, perderam 55% do valor, tomado como base o ano de 1994. Isso significa que, de lá para cá, os governos fingem que investem em Ciência e Tecnologia, porém, não conseguem repor nem a inflação do período. Esse é o problema do “acordo” forjado entre o Governo Federal e a “Federação-Fantasma” denominada Proifes: centra toda a lógica da Educação Superior brasileira nos programas de Pós-graduação e seus métodos de avaliação. Além disso, esconde que a o “acordo” imposto não consegue repor nem a inflação do período, muito menos a inflação futura. A proposta de carreira que o Governo empurra goela abaixo dos professores e professoras também esconde outro víeis perverso: tira dos ombros do poder público o investimento na Educação Superior e transfere aos professores a captação de recursos para as universidades federais. A armadilha da tal proposta de “acordo” assinada pela Federação-Fantasma é exatamente essa: transformar professores, que em muitos casos já se consideram apenas pesquisadores, não mais trabalhadores, em “empreendedores da Educação”. Não demora, e percentuais similares aos da queda nas bolsas de Pós-graduação também serão diminuídos dos investimentos federais em Educação. Esse modelo perverso, porém, incentiva o surgimento de fundações de apoio para, ao invés de apoiarem atividades das universidades que fingem apoiar, transformem-se em lavanderias dos recursos ilegais recebidos por professores-empreendedores nas chamadas consultorias. Essa é a mágica do Governo para não pagar salários dignos e satisfazer os “empreendedores” individuais. Com a legitimação do modelo ora proposto o Governo ainda ganha, de quebra, a desmobilização das lutas coletivas e o acirramento do individualismo acadêmico. Nada mais maquiavélico e perfeito para solidificar o modelo de Estado mínimo na Educação.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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