sábado, 15 de fevereiro de 2014

A inclusão social por meio da escrita

É aparentemente muito simples expressar o que se pensa. Uns os fazem por meio de músicas, poemas, quadros. Dizer algo, contar uma história, por meio da fala, é o que se convencionou chamar de "expressão oral", da mesma forma que fazê-lo, ao se escrever, é a "expressão escrita". Expressão o que se diz com o auxílio de gestos, desenhos e a arte cênica não parece tão difícil. Expressar o que se quer dizer, de forma escrita, porém, é, sem dúvidas, um problema quase intransponível. É preciso ter a capacidade de se colocar do outro lado, na condição de leitor. Esse não tem, digamos, um HD exatamente igual ao de quem escreve. Roland Barthes chamava essa aproximação de "grau zero da comunicação", algo plausível em tese, porém, impossível de acontecer na prática. Afinal, como se chegar a um ponto no qual o que uma pessoa pensa seja exatamente igual ao que a outra também pensa? A norma culta tenta provocar, artificialmente, essa aproximação. Os que possuem condições sociais de ter pleno acesso a ela (norma culta) passam em concursos públicos com facilidade, ingressam em universidades, enfim, abrem as portas para uma vida melhor. A norma culta, na prática, é uma barreira, uma divisória, uma marco entre os que conseguem ou não elevar o padrão de vida. Criar oportunidade, promover a inclusão é ensinar as pessoas a escrever de acordo com o padrão, com a norma culta. Só assim se promoverá a inclusão social por meio da Educação.

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.