quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A subserviência acadêmica consentida

Quanto mais acompanho discussões em torno do processo de formação nas universidades e instituto federais, mais tenho a convicção que, via de regra, não se discute o processo de aquisição do conhecimento, mas sim, a reserva de mercado e o interesse corporativo das categorias profissionais. E o que me parece mais nocivo é um profissional vestir-se de professor, porém, ao invés de se transformar em educador, passa a professar os interesses da categoria à qual pertence. Para além do espanto, é incompreensível que a universidade brasileira, numa espécie de intervenção consentida e facilitada pelo profissionais que representam os interesses das categorias profissionais dentro das universidades, aceite regras impostas por Conselhos Federais, Estaduais, Ordens e quetais. Curvar-se cegamente às regras impostas pelas agências de fomento é algo extremamente contestável, no entanto, talvez aceitável. Embora seja uma posição que só se sustenta com base na máxima (capitalista) de que quem paga pode e deve fiscalizar a forma como os recursos são gastos, bem como estabelecer as regras de como utilizá-los. Digamos que põe o guizo quem pode e gato inteligente não deixa de aceitá-lo. Deixar, porém, que as categorias profissionais, por meio das suas entidades representativas, determinem até o modo como se deve pesquisar e a carga horária mínima dos cursos ministrados nas Instituições, se não é acintoso, é, no mínimo, uma subserviência consentida que nenhum de nós poderia admitir. Uma universidade não reconhecer o diploma emitido por outra universidade é até admissível. Uma categoria profissional não reconhecer o título (ou o diploma) emitido por uma universidade talvez seja o fim dos tempos preconizado pela Bíblia Sagrada.


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