Incomoda-me
perceber que grande parte dos professores ainda sonha apenas com uma “universidade
da lousa e do pincel atômico”. Incrível, mas, ainda há quem defenda a proibição
do uso dos computadores e celulares na sala-de-aula e aceite, no máximo, o uso
dos projetores de multimeios, conhecidos popularmente como data-shows. Enquanto
a garotada navega quase diuturnamente nas Mídias Digitais e usa as redes
sociais para promover os mais diversos tipos de encontros (e até desencontros),
nós, os professores (e professoras), ao invés de pensarmos uma forma integrá-las
(as Mídias Digitais e a garotada), maquinamos maneiras de proibi-las. Queremos
barrar o uso de smartphones, tablets e computadores em sala de aula. Pois sabem
o que defendo? Uma ampla, completa e irrestrita integração das salas de aulas
atuais às Mídias Digitais. E que sejam usados todos os recursos multimidiáticos
possíveis para tornar a sala de aula atual mais atraente. Que lutemos, no
mínimo, para que as salas de aulas das universidades públicas brasileiras saiam
definitivamente da era da “lousa e do pincel atômico” e passem, pelo menos,
para a era das “lousas digitais”. Por que não pensar, por exemplo, a invés de
oferecer “laboratórios de informática”, criar uma linha de crédito (no Bando do
Brasil ou na Caixa Econômica Federal – ou nos dois) para que todos os
estudantes que ingressem em uma universidade possam adquirir seu computador
móvel? Seria uma espécie de programa “Um Computador por Estudante” (UCE). As
universidades economizariam em verbas de manutenção de laboratórios e,
certamente, um programa dessa magnitude, teria a adesão até dos bolsistas da
própria universidade pelo baixo custo das máquinas e os benefícios ao processo
de troca de saberes que elas provocariam. Mais que nos tornar seres políticos,
as universidades deveriam nos devolver o prazer de sonhar. Até em voar, mesmo
com asas postiças, coladas com cera. Cumpririam melhor o papel social para o
qual foi criada. Que a ousadia seja premiada e não reprimida!
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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