O diretor de avaliação da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Lívio Amaral, disse,
em uma conferência na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que “a Pós-graduação,
no Brasil, é o ser em extinção”. Era o lançamento de um programa de excelência
para a Pós-graduação na Ufam. Amaral, no entanto, apresentou números e fez um
alerta que, talvez, já o tenha feito em outros lugares do Brasil: não se faz
Pós-graduação de qualidade sem uma graduação à altura. Desde 2004 alerto,
dentro da Ufam, que é preciso investir na melhoria da graduação. E nem
precisava Lívio Amaral ter vindo a Manaus para se chegar a esta conclusão.
Quem, como eu, observa os resultados das seleções para Mestrado e Doutorado,
bem como dos concursos públicos para professores de Carreira, sabe que, há anos,
a universidade se reprova. O que mais causa estranhamento, porém, é, diante,
por exemplo, de exames de seleção para Mestrado e Doutorado cada vez mais
catastróficos, nada ser feito. Nada contra o lançamento de um programa cujo
objetivo seja atingir a excelência na Pós-graduação. Não se faz isso, porém,
sem que, paralelamente, sejam tomadas medidas drásticas para mudar o rumo da
graduação. Enquanto cada semestre iniciar com falta de professores, as aulas
forem modorrentas, os professores estiverem desestimulados e os estudantes
também, não se terá uma graduação de qualidade. Por conseguinte, não se terão
bons estudantes para ingressarem na Pós-graduação. Como esse ciclo virtuoso não
se completa, gera o que Lívio Amaral chama de ameaça de extinção. Se a ameaça
já existe desde 2004, agrava-se a cada dia. É preciso dar condições de trabalho
ao professor assim como os estudantes precisam de condições efetivas para
estudar. Ou se passa da fase das salas de aulas equipadas meramente com
carteiras (no mais das vezes desconfortáveis) ou se vai da ameaça à extinção.
Estudantes e professores precisam estar comprometidos e estimulados. Enquanto
os professores ficarem preocupados em saber como vai ser a tabela salarial para
2015 e não tiverem laboratórios equipados e salas de aula minimamente dignas
para se conduzir o processo da troca de saberes teremos uma graduação sofrível.
Com isso, os programas de Pós cairão de patamar. Assim, se implanta um círculo
vicioso da má qualidade. E que afeta toda a educação do País uma vez que
graduação ruim gera professores dos ensino básico e médio ruins, bem como
ameaça os programas de pós. Que algo seja feito, com urgência, tanto na Ufam
quanto nas demais universidades brasileiras para se vencer essa ameaça de
extinção que perdura há décadas.
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