Desde que ingressei na
Universidade Federal do Amazonas (Ufam) como professor, no início de março de
1993, em todas as confraternizações do Departamento de Comunicação Social
(Decom), do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) e da própria a Ufam,
repito um mantra: “por mais que tenha divergências com você, serei obrigado a
conviver até os 65 anos, quando chega a aposentadoria, porque não fazermos
dessa obrigação algo o mais saudável possível?” Assim vejo a vida na
universidade. Não sou obrigado a concordar com nenhuma vírgula, muito menos os
espaços em branco, das pessoas com as quais convivo dentro da universidade (a
regra também serve para fora dela). Tenho a obrigação, porém, por dever de
respeito a qualquer ser vivo, inclusive humanos, de respeitá-los, bem como suas
ideias. Há pessoas que nascem, crescem, vivem e morrem sem aprender esse
princípio básico da vida em sociedade. Não foi nada fácil para mim. Uma
agressão sofrida em pleno auditório Rio Solimões, do ICHL, o fim do casamento,
a derrota, pela segunda vez, na disputa pela reitoria da Ufam, sessões de
terapia, muitas alegrias e muitos sofrimentos durante este intervalo de tempo,
tudo entre os 45 e os 49 anos de idade, somados, às leituras de Luhmann, Morin,
Matura e Varela, Capra, Lipinton... e hoje querida amiga Maria Luiz Cardinale
Baptista Rodrigues, que me abriu as portas da amorosidade como Ciência, foram
fundamentais para que eu entendesse que Ciência, Paixão e Afeto são essenciais
para a vida dentro e fora da academia. O ciclo se fechou. Intuitivamente, o
mantra que defendi desde que entrei na Ufam, confirma-se cientificamente. Meus
adversários políticos de hoje em qualquer disputa interna da Ufam são meus
possíveis aliados de amanhã, assim como os apoiadores de ontem podem ser os adversários
de hoje e, novamente, aliados de amanhã. Essa é dinâmica da vida política.
Dentro ou fora da universidade. Há que se ter, porém, respeito às diferenças.
Há que se entender que as ideias hoje podem ser convergentes e amanhã
divergentes. Isso, porém, não nos transforma nem em amigos nem em inimigos
eternos. Somos, mais que tudo, colegas de trabalho que temos uma finalidade,
pelo menos é o que imagino: uma universidade melhor, mais justa e de
excelência. Jamais tomei uma decisão dentro da Ufam que não tenha por
finalidade torná-la melhor para mim, meus filhos e para a sociedade e seus
filhos. Picuinhas partidárias e individuais são coisas menores diante da
grandeza da universidade, especificamente, neste caso, da Ufam. Portanto, não
me queiram transformar em inimigo eterno nem daquelas pessoas que, por algum
momento, cheguei até a odiá-las. Maturidade gera sabedoria, que rima com
felicidade. Optei, na academia e fora dela, por ser feliz. Não me queiram tirar
desta rota, pois, presumo, fracassarão.
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