Entidades corporativistas que
representam interesses de determinadas categorias profissionais constantemente
tentam quebrar o monopólio do Ministério da Educação (MEC) da certificação
profissional e emissão de diplomas no Brasil. Embora o MEC seja o único
“cartório” com poderes para, se não emitir, validar ou autorizar que validem
diplomas e certificados no País, há muito a Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB), por meio do exame que realiza, tenta provar que a competência do MEC
para manter o cartório é relativa, uma vez que, no caso dos estudantes de
direito formados pelo Sistema de Educação Superior do Brasil, uma média de 80%,
ao longo dos anos, são reprovados nos exames da OAB, ainda que venham das
universidades, públicas ou privadas. Diante de constantes demonstrações de
fracasso no processo de formação dos advogados, novas categorias passaram a
ensaiar a realização de seus próprios exames. Ontem o Conselho Regional de
Medicina (CRM) de São Paulo divulgou o resultado do Exame que realizou entre
egressos dos cursos de Medicina do Estado. O resultado é desanimador: 54% dos
que participaram do Exame foram reprovados. Nova catástrofe se repete! Com o
agravante de que, neste caso específico, são médicos graduados em faculdades e
universidades do estado brasileiro mais rico, no qual, teoricamente, o processo
educacional é avaliado entre os melhores do País. É desolador se concluir que
mais da metade dos médicos formados em São Paulo não logrou êxito em um exame
promovido pela própria categoria. Os médicos reprovados não serão impedidos de
exercer a profissão porque o Exame do CRM ainda não tem o mesmo valor jurídico
que o Exame da OAB. Fica, porém, a certeza de que mais de 50% dos médicos de
São Paulo, efetivamente, não teriam condições de exercer a profissão por falta
de conhecimento técnico minimamente adequado à prática médica. Por outro lado,
se a prática de se examinar recém-formados em várias categorias se alastrar e
os resultados forem similares, dificilmente o MEC terá como manter o monopólio
na emissão de diplomas e certificados. A formação profissional no Brasil parece
ter atingido o limite do inaceitável.
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