quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A liberação de um filho para estudar


Recebi hoje o telefonema de uma amiga muito querida. Ele queria informações sobre um curso da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A irmã dela teria de enfrentar uma missão que parece simples, porém, principalmente depois que desliguei o telefone, fui avaliar, é muito mais espinhosa do que parece: liberar o filho para estudar fora ou deixá-lo em Manaus, na Ufam. Com pontos suficientes no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para ingressar em qualquer curso da Ufam ou de alguma outra universidade brasileira, a Tia dele me pedia ajuda para tentar decidir se o rapaz, de 18 anos, iria para o Rio de Janeiro, Fortaleza, ou ficaria em Manaus. Tecnicamente, sem sombras de dúvidas, para o curso que o rapaz escolheu, melhor seria o Rio de Janeiro. No meu entendimento, a segunda opção seria a Ufam e a terceira, quem sabe a Federal do Ceará. A amiga, porém, contra-argumentou: “No Rio, tem a questão da violência”. Passei a entender que uma decisão dessas não depende apenas das questões acadêmicas e técnicas. Das possibilidades que um curso pode oferecer de “plus” na vida de uma pessoa. Há que se levar em conta, sim, o ambiente externo, a cidade. Uma decisão dessas é complexa. Tem de ser tomada a partir da análise de uma combinação de fatores. Fiquei a imaginar se fosse um filho meu. De 18 anos: solto no Rio de Janeiro. E se, com toda educação que recebeu de mim e da mãe, fosse vítima de uma bala perdida? Será que eu me perdoaria, apesar de, convictamente, defender a liberdade plena do ser humano? Não tenho resposta pronta. Só sei que o Sistema de Seleção Unificada (SIsU) criou mais esse saudável problema para os núcleos familiares. Neste caso específico, é pouco provável que eu tenha como ajudar alguém a tomar uma decisão. Particularmente, quando a complexidade tem essa magnitude, deixo-me guiar pela intuição. É pouco científico. No mais das vezes, porém, funciona.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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