domingo, 13 de janeiro de 2013

O complexo desafio de administrar uma universidade


Administrar uma universidade é tarefa muito mais complexa do que parece. E, no caso de uma universidade pública como o é a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) talvez a complexidade seja elevada ao cubo. O primeiro ponto, e, certamente, o fundamental, é que não se chega a dirigi-la sem a anuência da maioria da comunidade, composta por professores, técnicos e estudantes. Por conquista da própria comunidade, a escolha do reitor (ou reitora) é feita de forma direita, por meio de uma consulta pública. Embora não conste na Lei, transformou-se em regra que o Conselho Universitário (Consuni) referende o resultado da consulta. E, este ano, lá pelo mês de abril, novamente a comunidade da Ufam irá às urnas para se manifestar: ou pela continuidade do trabalho da atual reitora, Marcia Perales Mendes e Silva, ou pela troca por outro nome. Eis que surge o segundo ponto desta complexa forma de se decidir. Em tese, não se deveria votar em nomes, mas, em projetos construídos coletivamente. Acontece que há uma política pública de estado mínimo na Educação, implantada pelo Governo Federal, que torna os projetos praticamente idênticos. Qual universidade se quer? Pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada? Quem pode construir esta universidade? Muito provavelmente a própria comunidade. A conquista democrática do voto direito trouxe um problema: na Ufam como na vida, os candidatos são obrigados a fazer concessões na composição da chapa que vai "governar" a Instituição pelos próximos quatro anos. A consulta pública termina por se assemelhar a qualquer eleição. E é desse caldeirão de complexidade que surge o reitor (ou a reitora). No fim de tudo, essa complexidade termina por obrigar os administradores a praticar o que nem sempre gostam de fazer: o respeito às divergências, ao outro, ao pensamento contrário. Talvez isso enriqueça o processo. Afinal, a pratica democrática termina por apurar a própria democracia. Que o respeito à diversidade seja a regra na nova disputa que, em breve, ocorrerá, mas, que, já ganhou os corredores.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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