segunda-feira, 25 de março de 2013

As míopes visões sobre a Educação Superior


Hoje, às 14h, houve uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Manaus (CMM) com os candidatos è Reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) proposta pelo vereador Gilmar Nascimento (PDT). Não tive dúvidas de que o único tema que interessava era contestar a Ufam por participar do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação (MEC). Por meio deste Sistema, as universidades federais brasileiras usam as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para selecionar parte dos estudantes que nelas ingressarão. Por conta de apenas um caso raro, o do curso de Medicina, que este ano não teve nenhum estudante do Amazonas nas 50% das vagas destinadas ao Sisu, criou-se uma cantilena populista, oportunista e desonesta. Populista e oportunista, por ser, exatamente, desonesta. A série história registrada pela Pró-reitoria de Ensino de Graduação (Proeg) da Ufam é de uma clareza inquestionável: em 2010, foram matriculados 85% do Amazonas e 15% de outros estados. Em 2011, o número ficou em 70,50% para estudantes do Amazonas e 29,50% para estudantes de outros estados. Em 2012, a relação foi de 89% para estudantes do Amazonas e 11% para estudantes de outros estados. Em 2012 aconteceu, porém, o que muitos usam como argumento para tentar forçar a Ufam a mudar a decisão do Conselho Universitário (Consuni) que destinou 50% das vagas da Instituição para estudantes que fazem o Enem, portanto, concorrem nacionalmente. Com isso, inclusive estudantes de uma das mais famosas escolas particulares de Manaus, não conseguem ingressar no curso de Medicina da Ufam. Trata-se, porém, de um caso isolado. Defender que a Ufam volte a realizar o Processo Seletivo Macro (PSM) para "proteger" estudantes do Amazonas é uma visão estreita e canhestra do papel da Educação superior. Espero, sinceramente, que a comunidade da Ufam não se deixe enganar por este "Canto da Sereia" de que se deve proteger estudantes do Amazonas. O que o vereador Gilmar Nascimento deveria fazer era cumprir sua obrigação como parlamentar e cobrar dos governos municipais, e solicitar dos deputados da sua legenda que cobrem do governos do estado, que nada fizeram para melhorar a qualidade da Educação no Amazonas desde o início da história, providências. E não fazer lobby e tentar manipular audiências públicas para defender interesses particulares. Quero ver o vereador convocar uma Audiência Pública para discutir, de forma séria e honesta, a Educação no Estado e no Município. Não com essa visão enviesada e estreita que ele tem. Patrocinar uma visão xenofóbica em relação a estudantes de outros estados chega a ser criminoso. Não conseguir enxergar um palmo além do nariz é um direito que todo ser humano tem. E respeito o sagrado direito do vereador. Tentar interferir na autonomia da Ufam e nas suas decisões, porém, merece meu repúdio. Ainda mais manipulando audiência pública, como o fez Nascimento, em época de sucessão na Ufam. Uma coisa me deixa aliviado: o vereador Nascimento não corre o risco, nunca, de ter o meu voto.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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