domingo, 12 de abril de 2015

Ética só para se cobra dos outros

Como reação ao fato de um conhecido “cobrador de ética dos outros local” ter compartilhado a seguinte matéria “Membros de bancas avaliadoras em concursos da Ufam davam privilégios a candidatos amigos”, publiquei a postagem “A quarteirização da falta de ética”. Não bastou. Três professores de jornalismo o Brasil inteiro, dentre eles um que já dirigiu uma Associação da área e cobra ética de todos em suas postagens no Facebook, também compartilhou a notícia. Argumentou que o fez porque “considerou a notícia bem fundamentada”. Retruquei que era uma notícia do dia 16 de maio de 2014, baseada em um release do MPF/AM e que ninguém da UFAM fora ouvido. O figurão, arauto da ética, não se deu por vencido. Disse que “aquilo era da dinâmica das redes” e que caberia à universidade contestar o Ministério Público ou o jornal. Reafirmo: trata-se de um comportamento condenável, muito mais quando parte de um professor ou professora de jornalismo. É equívoco dos mais graves relativizar comportamentos condenáveis por se trata de algo postado na Internet. É dever de tudo professor de jornalismo defender princípios inabaláveis: o contraditório deve ser respeitado. Acusados devem ser ouvidos e não se deve publicar release na íntegra. Ainda mais quando o material denigre a imagem de uma Instituição centenária, como se seus dirigentes nada fizessem para cobrar desvios éticos dos seus professores. Para essas figuras que se consideram intocáveis, ética só existe para ser cobrada dos outros. Ao avisar que fiz um printer de todos os compartilhamentos dos professores de jornalismo que chegaram a mim e solicitaria as providências legais cabíveis relativas ao caso, o professor completou a sua obra nada democrática e muito menos ética: apagou o compartilhamento da sua timeline do Facebook e todos os comentários que havia feito sobre o assunto. Como se tratava de um compartilhamento terceirizado, pois não o sigo nem ele me segue, e depois de hoje não faço questão nenhuma de segui-lo, a outra professora, que também compartilhara a tal matéria, não só apagou a matéria da sua timeline, mas também, meus comentários. Para essa turma, ética existe para ser sobrada apenas dos estudantes ou, quem sabe, apenas se deve praticar no jornalismo tradicional. Na Internet, para ele, tudo é permitido. Inclusive, que ninguém se responsabilize por comportamento tão reprováveis quanto os deles.

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OBS: Post do dia 11/04/2015

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