sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Lições da morte de um famoso

Inevitável! A notícia da morte do ator Domingos Montagner, e a forma como ocorreu trouxe-me lembranças de um episódio da minha vida. E uma certeza: escapei do rio. Do rio Yaco. Próximo ao seringal do Tio Damião. Era um domingo de 1979, quando me mudaria definitivamente para Manaus para “dar certo”. Jamais esqueço o nome dela: Rosângela. A pessoa que me salvou. Esticou o remo e conseguiu me arrancar dos braços do “encantado”. Ao me despedir dos meus amigos, da família ali reunida, um dia antes da viagem para Manaus, afoguei-me. Não fosse a presença de espírito de Rosângela, que estava dentro da canoa, em esticar o remo, hoje eu seria uma promessa, uma mera lembrança de quem iria para a cidade grande. Eis o mistério da vida: somos permanentemente encantados, apaixonados. Encantos e paixões, que tanto dão sabor à vida, matam. Morrer, talvez, seja o ápice do ato de viver. O outro lado da moeda nascer.


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