domingo, 2 de março de 2014

A formação profissional e a burocracia

Durante muitos anos as universidades brasileiras formaram médicos e especialistas nas várias áreas do que se convencionou chamar de Ciências da Saúde. Foi um período de foco tamanho na especialização que se chegou a um ponto de os planos de saúde, no caso dos tratamentos odontológicos, solicitarem primeiro o parecer de um especialista. E ele indicava um odontólogo para tratar o canal, outro para o caso de se precisar de aparelhos, outro para fazer a restauração e assim sucessivamente. Na área médica não foi diferente: passaram a sair oftalmologista, dermatologistas, cirurgiões plásticos e quetais que pudessem gerar riquezas. Principalmente aos próprios especialistas. Se ainda não mudaram na odontologia, na medicina, os burocratas de Brasília descobriram (talvez tarde demais), que nenhuma política pública de saúde funcionariam com as universidades formando apenas especialistas. Mudou-se o foco da formação para Clínicos Gerais e que cada um se especializasse após a formação. Em tese, é o correto: não cabe a nós, a sociedade, financiarmos especialidades e sim médicos capazes de fazer valer as políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS). É, porém, uma discussão que não nos parece terminar por aqui. Esperemos!


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Um comentário:

  1. Este problema existia no Canada em 2001 quando morei lá. Ninguém quer ser clinico geral pois ganha menos e é menos valorizado.
    Mesmo sem o apoio das universidades os alunos vão continuar a se especializar.

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