sábado, 28 de janeiro de 2012

O racionalismo que mata a criatividade


Recentemente citei o livro “A aventura da universidade”, do hoje senador Cristóvam Buarque (PTB-DF), antigo reitor da Universidade de Brasília (UnB) no qual ele reitera que a universidade pouco ousa, portanto, cria poucos espaços para as descobertas. Trata-se de um dos melhores livros que já livre pelo retrato que faz da universidade ao longo dos tempos. Mas me deixa sempre um questionamento: como, se tem um diagnóstico tão claro da universidade, a UnB pouco mudou com a administração dele? Entra, então, na busca dessa resposta, a afirmação de Edgar Morin de que nós, os seres vivos, somos complexos, portanto, somos 100% razão e 100% emoção, ao mesmo tempo. Essa parece ser a chave para a resposta: a universidade matou a emoção. Trabalha apenas com a perspectiva da razão. E esse racionalismo extremista destrói a criatividade. Oras, se destrói a criatividade, também leva junto a ousadia. É como se a universidade, mundo afora, fosse um daqueles times de futebol da maior eficiência possível, mas no qual é proibido driblar, correr com a bola, tentar uma jogada diferente, que surpreenda o adversário. E é nesse mastodonte burocrático que nós todos trabalhamos. E foi esse animal extremamente burocrático que poucas chances de mudanças deu ao então reitor Cristóvam Buarque. Quando o racionalismo mata a criatividade, deve ser repensado dia após dia.

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