segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Os horistas na Educação Superior brasileira

Dia desses minha colega Clara Del Pilar Guzman Daza, que se locomove com o auxílio de uma cadeira de rodas, chamou-me a atenção para um problema grave da Educação Superior brasileira: a contratação de horistas pelas universidades, faculdades e centros universitários. Como a legislação exige um número muito pequeno de professores com tempo integral, grande parte das instituições particulares usa e abusa da contratação de horistas. No mais das vezes, esses professores recebem apenas pelas aulas ministradas. Não há tempo dedicado ao planejamento e o que se tem é uma espécie de “linha de produção” da Educação. Como não possuem tempo integral, os professores são obrigados a correr de uma instituição para outra a fim de obterem renda familiar mais digna. Quem assim não o fizer, mal ganhará o suficiente para a sobrevivência. Trata-se de uma Legislação que beneficia os “mercadores da Educação” e penaliza diretamente os professores e indiretamente os estudantes. É preciso repensar qual Educação Superior queremos para o Brasil. Atualmente há uma tendência de monopólio do Ensino Superior nas mãos de cinco ou seis grandes grupos internacionais e nacionais. O Governo do Partido dos Trabalhadores não modificou a política “do estado mínimo na Educação”. Ao contrário, refinou os mecanismos e criou um ambiente propício à proliferação de grandes grupos. Isso não mudou a qualidade do Ensino Superior e transformou, de vez, a Educação em simples negócio. Daí os horistas se transformaram em amparo legal para a exploração dos professores. Lastimável!

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