terça-feira, 11 de abril de 2017

A fúria dos deuses contra os pecadores

As Mídias Digitais, especialmente as redes sociais, temperadas pelos programas televisivos do tipo “olhadinha pelo buraco da fechadura”, trouxeram de volta comportamentos dignos da Santa Inquisição: de um lado, os que não possuem pecados; do outro, os impuros. Tem sido assim em todas as disputas eleiçoeiras mudo afora e nas disputas mais próximas de nós, nas univeridades. Exercer o poder é coisa de impuro, de pecador, de marginal e marginalizado. Só quem está fora dele nunca pecou. Até os comportamentos menos éticos dos puros é perdoado em nome da “República dos Perfeitos”, dos sem mácula e quetais. O persa Manes, também conhecido como Maniqueu, no século III d.c, ganhou seguidores e admiradores no Império Romano (sIII d.C. e IV d.C.), com a doutrina de que existia “um conflito cósmico entre o reino da luz (o Bem) e o das sombras (o Mal)”. Antes, a matéria e a carne estavam no reino das sombras. Ao ser humano cabia ajudar as divindades a conseguirem a vitória do reino da luz, do bem. Para isso, à época, deveriam deixar de comer, inclusive, alimentos de origem animal (nada mais atual). Ao que parece, retomamos a era maniqueísta. Fomos transformados em inquisidores digitais, a crucificar quem bem entendemos com a ponta dos dedos. Somos uma geração de maníacos travestidos de justiceiros. Caçadores de bruxas. Como alguém pode se tornar uma pessoa melhor se não tiver a chance de melhorar? Somos os que somos por sermos humanos. Temos qualidades e defeitos. Tem gente, no entanto, que se esconde atrás da Bíblia, mas, nela não acredita. Ou, talvez, nunca a tenha entendido. Muitas pessoas precisam de tratamento, inclusive psicológico, para vencer suas neuras culturais impostas ao longo da vida. Os probos e puros não precisam de ajuda de ninguém: não erram, não cometem pecados. Estão à altura dos deuses. Deuses, nos quais, pelo jeito, nem acreditam. Pois, consideram-se deuses de si mesmos!


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