sábado, 5 de setembro de 2015

Autonomia fast food

No dia 30 de agosto de 2015, aqui, neste mesmo espaço, posicionei-me veemente contra o “Jornalismo fast food de Manaus” por considerar que, a prática, em Manaus, é de um “jornalismo de conveniência”. A mesma lógica pode ser aplicada, com todas as letras, para a autonomia universitária, tão “bravamente defendida”: não passa de uma autonomia da conveniência, portanto, uma “autonomia fast food”: servida da forma como for conveniente ao freguês. Na última reunião do Conselho Universitário da UFAM, realizada ontem, dia 03 de setembro de 2015, quando se discutia alternativas para o Calendário Acadêmico, ouvi uma professora, teatralmente quase chorar e dizer que tinha vergonha de encarar os colegas professores que “judicializaram a greve”. Confesso, as lágrimas quase brotaram em meus olhos. Porque, no fundo, também concordo que em uma universidade verdadeiramente madura, as decisões devem ser tomadas em seus conselhos e, só após, as pessoas devem recorrer à justiça, caso se consideram prejudicas. Se uma pessoa vai à justiça porque se considera vilipendiada em seus direitos, nunca considerei isso um problema, um ataque à autonomia da UFAM e dos seus conselhos. É um caminho natural em um estado democrático de direito. Considero sim, uma extrema violência, por exemplo, o CONSUNI ser impedido de deliberar. Para mim, sempre, é preciso deixar que os conselhos deliberarem e, só depois, como um passo mais natural do mundo, recorrer à justiça. Por isso o discurso da professora me emocionou tanto. Vejo, no entanto, que, ao que parece, está em jogo uma espécie de “autonomia fast food”, ou seja, uma autonomia da conveniência: ir à justiça é um grave erro, algo imperdoável, se for contra os meus interesses, mas, se for eu a fazê-lo, é perfeitamente normal e defensável. Se não for o final dos tempos, sou mais besta de o quê imaginava sê-lo!

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OBS: Post do dia 04/09/2015

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